Pesquisas CNC apontam cenário do comércio em junho e perspectivas para os próximos meses

Pesquisas CNC apontam cenário do comércio em junho e perspectivas para os próximos meses

Em junho, a CNC (Confederação Nacional do Comércio) divulgou as pesquisas de "Endividamento e Inadimplência do Consumidor" (Peic) e o "Índice de Confiança do Empresário do Comércio" (Icec). Na primeira, foi identificado que apesar da segunda queda mensal do percentual de famílias endividadas, a proporção das famílias com dívidas ou contas em atraso teve aumento, alcançando 24,3% em junho, ante 24,2% em maio e 23,5% em junho de 2016. A parcela de famílias que declararam não ter como pagar as dívidas, permanecendo inadimplentes, teve leve aumento na comparação mensal. Foram 9,6% em junho, ante 9,5% em maio. Na comparação anual, o indicador também cresceu 0,5 ponto percentual. Segundo a CNC, o custo elevado do crédito e o patamar ainda alto do desemprego vêm impactando a capacidade das famílias pagarem as contas em dia. Embora a proporção de famílias que se declararam muito endividadas tenha registrado leve alta na comparação mensal (de 13,7% para 13,8%), na comparação anual teve queda de 1,2 ponto percentual.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) atingiu 102 pontos no mês de junho, mantendo-se estável na comparação com o mês anterior e permanecendo na zona positiva (acima dos 100 pontos). Na base de comparação anual, a confiança dos comerciantes teve aumento de 23,8%. O resultado foi influenciado pelos subíndices: condições atuais dos empresários (+1,1%), expectativas de curto prazo (-2,8%) e de intenções de investimentos (-0,9%).

Nos dois cenários, tanto em relação à demanda quanto ao consumo, fica latente a insegurança em relação ao contexto político brasileiro. Os índices econômicos de confiança apresentavam melhora até junho, quando nova ação política e a evidente desarmonização entre os três poderes da república, acentuou a crise política, com impactos econômicos, vivida no país.

A incerteza em relação às reformas da previdência e trabalhistas impacta negativamente na queda do desemprego e na concessão de crédito aos consumidores, que sem o poder de compra e em muitos casos, inadimplentes (conforme apontou a Peic), geram um cenário desfavorável aos investimentos por parte dos empresários e redução nas expectativas de curto prazo.     

Em consonância com os dados apresentados pelas pesquisas, o presidente do Sistema Fecomércio, Sesc e Senac AM, José Roberto Tadros, ressalta que vivemos um clima de incertezas, gerado no ambiente político e com consequências no econômico. "O cenário, anterior ao do atual governo, era de inflação em dois dígitos, de desajuste total em relação ao crédito internacional e crescimento negativo do PIB. O país estava conseguindo reverter esse processo, mas hoje, estamos estagnados em virtude dos vários acontecimentos políticos, incluindo delações e desdobramentos dos casos de corrupção no país. Estávamos paulatinamente recuperando nossa economia e de forma lenta, o emprego. E agora, nós temos que aguardar, para sabermos se o presidente fica ou não", analisa Tadros.

As pesquisas podem ser acessadas integralmente nos links:

Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) - www.cnc.org.br/sites/default/files/arquivos/release_peic_junho_2017.pdf

Índice de Confiança do Empresário do Comércio - www.cnc.org.br/sites/default/files/arquivos/apresentacao_icec_junho_2017_0.pdf

Assessoria de Comunicação
Sistema Fecomércio, Sesc e Senac AM