Com o apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a Federação Nacional de Turismo (Fenactur) produziu um estudo especial sobre as características e particularidades do setor de agenciamento de viagens no Brasil, que reúne aproximadamente 23 mil agências de turismo e produz cerca de R$ 10 bilhões em serviços por ano – sendo R$ 6,3 bilhões em valor adicionado. Todo o trabalho técnico foi realizado pelo Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitação em Turismo (IPETURIS), do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo (Sindetur-SP), com base nos resultados de pesquisas de campo realizadas nos últimos cinco anos para o relatório “Indicadores Econômicos do Agenciamento Turístico Nacional”.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que a pesquisa “Caracterização do Setor de Agenciamento de Viagens” é fruto de convênio firmado entre a Confederação e a Fenactur, no fim do ano passado. “Um dos objetivos dessa parceria é justamente o desenvolvimento de estudos técnicos para o setor do turismo nacional”, afirma Tadros.
De acordo com Michel Tuma Ness, presidente da Fenactur, a realização deste primeiro estudo reforça a contribuição da Federação com o Sistema CNC-Sesc-Senac. “Representamos 25 sindicatos e quase 25 mil agências de viagens e nosso setor responde por 65,7 mil empregos diretos”, diz ele. Segundo o estudo, o segmento é composto, quase que em sua totalidade, por micro e pequenas empresas: 95% de todas as empresas do setor têm até 10 trabalhadores diretos. No total, a média de trabalhadores por empresa é de 2,73 e os gastos com pessoal chegam a R$ 3,8 bilhões.
A pesquisa também mostra que 51% das empresas de agenciamento turístico no Brasil estão concentradas no Sudeste. O Sul e Nordeste também apresentam parcelas expressivas, com 20% e 17%, respectivamente. “As participações de cada região se mantiveram essencialmente estáveis entre 2006 e 2018, com uma pequena perda de participação do Nordeste (- 0,7%) e um ligeiro ganho da região Sul (+0,4%)”, destaca Marciano Freire, do IPETURIS.
As passagens aéreas representam 42% das vendas das empresas do setor, seguidas por pacotes turísticos (35%) e hospedagem (13%). O estudo revela ainda que 56% das vendas são para pessoas físicas e 38% para as empresas privadas e que os destinos nacionais (55%) são a preferência da maioria dos brasileiros, em comparação com as viagens internacionais (45%).
Tributos
A arrecadação pelo governo, por meio de tributos cobrados sobre as empresas de agenciamento de viagens, também é alta. Entre 2011 (R$ 700 milhões) e 2019 (R$ 1,8 bilhão), a arrecadação caiu apenas em 2015 (de R$ 1,4 bilhão, em 2014, para R$ 1,3 bilhão), apresentando um crescimento total de 144% no período.
Alexandre Sampaio, diretor da CNC responsável pelo Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da entidade, reforça a necessidade de adoção de medidas econômicas mais audaciosas voltadas especificamente para o setor de Turismo, um dos mais impactados pela crise provocada pelo novo coronavírus, sobretudo com o fechamento das fronteiras em diversos países, o que fez reduzir drasticamente o fluxo de turistas no País desde março. “Precisamos minimizar os efeitos nocivos da recessão sobre os níveis de emprego e a capacidade de arrecadação tributária por parte do setor”, conclui Sampaio.
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*Release produzido pela Gerência Executiva de Comunicação da
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
(Gecom/CNC)