Novo Código Comercial será discutido nas Federações do Comércio

Novo Código Comercial será discutido nas Federações do Comércio

Garantir maior segurança legal aos contratos entre empresas beneficiando os consumidores brasileiros. Esse é o principal objetivo do projeto 1572/2011, de autoria do deputado Vicente Cândido (PT/SP), que institui o novo Código Comercial Brasileiro, disciplinando, no âmbito do direito privado, a organização e a exploração da empresa. A proposição é considerada prioritária pela Confederação Nacional do Comércio - CNC, que se posiciona favoravelmente, mas quer debater algumas questões específicas.

Para isso, foi criado o Grupo de Trabalho (GT) da Rede Nacional de Assessorias Legislativas (Renalegis), coordenado pelo deputado Laércio Oliveira (PR/SE), vice-presidente da CNC, e integrado por representantes de federações filiadas, do Departamento Nacional do Senac e de vários órgãos da Confederação, entre os quais o consultor Jurídico, Marcelo Barreto. O GT definiu, que, até o final deste ano, serão realizados seminários em vários estados para ouvir sugestões e receber subsídios que possam aperfeiçoar a proposição, atualmente tramitando em Comissão Especial na Câmara dos Deputados. Está em curso o prazo para apresentação de emendas visando o aprimoramento da proposta.

Atualmente, as relações comerciais brasileiras são regidas pelo Código Civil, o mesmo que regula as transações entre pessoas físicas. A proposta do novo Código Comercial brasileiro segundo Dr. Roberto Tadros, presidente da Fecomércio Amazonas que está na presidência da CNC há aproximadamente 45 dias, é seguir a tendência mundial de criar regras específicas para as relações entre pessoas jurídicas. “O antigo código só abordava a parte de direito marítimo. Agora nós estamos lutando para ter um código comercial dinâmico, moderno e que permita ao empresário trabalhar com tranqüilidade, segurança e sem ameaças, definitivamente voltado ao Brasil do futuro e não mais do passado”, disse Tadros. “Esse é o momento de sugerir idéias e aprimorar o projeto”, completou.

O prazo para apresentação de emendas está em curso para aprimoramento da proposta que está sendo analisada em uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados, da qual o deputado federal Laércio Oliveira é vice-presidente. 

Entre as mudanças estão:  Escritura Eletrônica  - o novo código reconhece e autoriza que o documento oficial seja eletrônico para todos os empresários, simplificando as regras. Hoje, a lei vigente determina que mantenha a escrituração física por um período de tempo.  Maior limitação na revisão dos contratos empresariais: as consequências econômicas na anulabilidade dos contratos empresariais serão maiores do que no caso das relações particulares. Existe a possibilidade, inclusive, de haver o fechamento da empresa e a perda de postos de trabalho. Maior proteção do empresário individual, essa foi uma das propostas encaminhadas pela Fecomércio Amazonas: inova ao instituir a separação de seu patrimônio, reservando parte dele para as atividades empresariais e preservando os demais bens, classificados como patrimônio privado, de responderem por dívidas oriundas de sua atividade econômica. Essa separação, porém, não protege o patrimônio privado de dívidas de natureza trabalhista e tributária.

Os seminários contarão com palestra do autor intelectual do novo Código, o professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Fábio Ulhoa Coelho. O primeiro da série de seminário será realizado em Florianópolis, no próximo dia 19.