Amanda Evangelista - Advogada e Economista
A capital amazonense está vivenciando a temporada de receptivos de navios de cruzeiros (2023/2024), um fenômeno que promete diversificar a economia e redesenhar o panorama do turismo local, um segmento de potencial crescimento exponencial. Esse setor representa uma janela de oportunidades econômicas, e eleva a importância do turismo sustentável e da valorização das riquezas naturais.
Manaus ocupou o terceiro lugar na lista das seis capitais mais procuradas na alta estação por turistas estrangeiros em janeiro de 2024, com aumento de 23,7% no número de visitantes internacionais, comparado ao mesmo período de 2023, segundo levantamento divulgado pela Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), vinculada ao Ministério do Turismo.
De acordo com dados da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), estima-se receber aproximadamente 19 mil turistas até o fim da temporada (abril), cada navio que aporta em Manaus traz milhares de visitantes de diversas partes do mundo, ávidos por explorar a singularidade da nossa Amazônia.
Destaca-se que o gasto médio per capta desses turistas é de 200 dólares, estima-se a injeção de cerca de 19 milhões de reais na economia originários do setor de serviços, como hospedagem, alimentação, transporte e guias turísticos. O turismo é fonte de receita alternativa, e fator-chave para a diversificação da economia de Manaus, que historicamente é dependente da economia extrativista e do notório modelo Zona Franca, posto à prova – frequentemente – pelas demais unidades federativas.
Apesar de o Amazonas possuir potencial turístico, esse cenário promissor não está isento de desafios, urge atender aos padrões exigidos pelo turismo de cruzeiros, o que inclui progressos em terminais portuários, sistemas de transporte, estradas, e até mesmo a ampliação de redes de internet e serviços de comunicação, além de adaptação de estratégias diante dos impactos da estiagem.
Em Manaus, a insuficiência de infraestrutura limita a experiência dos turistas. O tímido incentivo para o desenvolvimento de negócios para o turismo é outro aspecto crítico quando comparado com as demais capitais brasileiras. A importância de um bom receptivo desenvolve um papel crucial na promoção internacional da cidade e da região amazônica. Os turistas que visitam a região, tornam-se embaixadores da Amazônia em seus países de origem, cooperando para a ascensão do fluxo turístico.
A capital amazonense é o portal da maior floresta tropical do mundo, que oferta uma experiência de imersão na natureza, difícil de encontrar em outros lugares. Isso proporciona aos turistas uma conexão profunda com o meio ambiente, que promove não apenas relaxamento e aventuras, mas também uma conscientização sobre a importância da conservação ambiental global.
Manaus, com seus recursos naturais e culturais, tem o potencial não apenas de se tornar um dos principais destinos turísticos do mundo, mas também de liderar no turismo sustentável, servindo de modelagem para outras regiões. Para alcançar esse potencial, é imprescindível investimentos que impulsionem a consolidação do desenvolvimento socioeconômico e ambiental da região.