Osiris M. Araújo da Silva - Economista
A Prefeitura Municipal de Manaus (PMM) encontra-se fortemente empenhada na implementação do projeto de revitalização do centro histórico de Manaus como instrumento de valorização do espaço urbano, incentivo às atividades comerciais e de turismo. A proposta parte do projeto “Nosso Centro” voltado a potencializar o patrimônio arquitetônico e cultural da capital amazonense centrado nos eixos de desenvolvimento urbanísticos “Mais Vida”, “Mais Negócios” e “Mais História”. O projeto envolve técnicos do Implurb, das secretarias municipais do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi) e de Finanças e Tecnologia da Informação (Semef), além da Fundação de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), responsáveis por sua implantação.
Segundo o projeto, “a revitalização, requalificação e regeneração do Centro Histórico de Manaus tem como foco o melhor aproveitamento da região central, local que guarda valorosa riqueza cultural e patrimonial”. Com efeito, “o resgate econômico da área, envolvendo ações de economia, turismo, história, empreendedorismo, cultura, arte e habitação”. O projeto, como haveria de se esperar, despertou atenção da Associação Comercial Amazonas (ACA). O presidente da entidade, Jorge Lima, juntamente com comerciantes e proprietários de imóveis de Manaus, reuniram-se com o Instituto Municipal de Planejamento Urbano – IMPLURB para tratarem de pontos que diretamente dizem respeito ao setor comercial e de serviço, que, saliente-se, responde por 53% da arrecadação estadual de ICMS.
Durante a reunião, o diretor do Implurb, Pedro Paulo, fez a apresentação dos projetos, no qual um deles é a implantação do “Mirante da Ilha de São Vicente”, a transformação de um prédio abandonado em uma área de lazer vertical, que está localizado na avenida Sete de Setembro. O Mirante contará com uma marina e um teleférico, além de abrigar várias ações de cultura, lazer, gastronomia, negócios e muito mais, tendo como fundo a vista do rio Negro. Além dessa obra estão previstos o mirante Lúcia Almeida e o casarão Thiago de Mello.
De acordo com o prefeito David Almeida, “o objetivo dos projetos de revitalização para a área central de Manaus é fazer com que ela seja frequentada nos três períodos do dia (manhã, tarde e noite), pois a área funciona principalmente em horário comercial, sofrendo um esvaziamento natural após o período de expediente dos setores do comércio e serviços; melhorar a qualidade de vida da população manauara; ser mais um atrativo turístico para a capital; além de prevê o retorno de habitações para a região central onde, atualmente, residem cerca de 30 mil pessoas”.
A Associação Comercial do Amazonas - ACA, que este ano completará 152 anos de serviços prestados ao segmento comercial e à sociedade em geral, enviou carta ao prefeito de Manaus assinada pelo presidente da entidade, Jorge Lima, ponderando, em relação ao projeto “Nosso Centro” que “há alguns anos a região sendo vítima do completo abandono governamental, em todos os níveis, gerando múltiplos problemas que afetam não só a atividade econômica, como a população que reside e transita pelo centro da cidade”.
O documento recorda os “saudosos tempos em que Manaus era considerada a "Paris dos Trópicos" e que a Belle Époque nos deixou um riquíssimo legado arquitetônico”. Igualmente, o pujante e trepidante período áureo do comércio da Zona Franca. Ao mesmo tempo em que observa e recomenda que, além de mutirão permanente de limpeza, essencial ao retorno da população ao centro histórico, seja viabilizado Plano de Manutenção das redes de esgoto e galerias do centro, inclusive das calhas de escoamento central das ruas de trânsito intenso de pedestres; Instalação de banheiros públicos, com modelo de gestão que mantenha a higiene e a integridade estrutural, mesmo com cobrança de taxas, e a revitalização das lixeiras do centro da cidade.
Além desses, a ACA reivindica adoção de medidas urgentes de “fiscalização dos camelôs autorizados, que insistem em obstruir as frentes e vitrines das lojas, gerando permanente confronto e severas discussões, assim como a padronização das bancas; um plano de revitalização das praças (especialmente Praça dos Remédios), calçadas e pontos turísticos, com sinalização especial dos pontos turísticos; e a promoção de estudos de viabilidade técnica e econômica para transformação dos calçadões em vias de trânsito especialmente a Rua Guilherme Moreira.
O conjunto dessas ações, envolvendo poder público e classes empresariais não há como dar errado. A população de Manaus certamente haverá, no devido tempo, de externar seu reconhecimento ao projeto de revitalização e modernização de nosso Centro Histórico, consciente do esforço conjunto PMM, ACA e FECOMÉRCIO.