O novo Superintendente da Suframa, Coronel Alfredo Alexandre de Menezes Júnior, explana novos planos para a Zona Franca de Manaus. Durante entrevista Menezes ressaltou sua trajetória profissional tanto no setor público quanto no privado.
"Sou manauense, nasci no bairro Cachoeirinha e criado no Alvorada. Venho do Exército Brasileiro e minha formação básica é Engenharia. Como militar, tive a oportunidade de representar o Brasil em organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA). Nos últimos anos da minha carreira militar, me dediquei inteiramente à logística do exército na Amazônia. Eu sou logístico", destaca o coronel.
Alfredo Menezes disse ainda que sua gestão à frente a autarquia federal será caracterizada pelo planejamento, austeridade, probidade e fiscalização. "Eu fui escolhido por um caráter iminentemente técnico e estou sentado nesta cadeira tendo a plena consciência dos desafios que teremos", enfatiza.
Encontro com autoridades
Após sua posse, Menezes visitou o governador do Amazonas, Wilson lima, e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. "Fui cumprimentá-los e dizer, estou aqui, preciso da ajuda de vocês para resgatar o papel da Suframa no cenário regional através de um trabalho árduo", argumenta.
O novo gestor da Suframa salienta que em consonância com o prefeito, pretende fazer do Distrito Industrial um ponto turístico da cidade, pois, segundo ele, o município e os empresários, que serão futuros parceiros, precisam ter o Distrito como uma referência.
Desafios à frente da instituição
Outro ponto levantado, é a comunicação da autarquia com a sociedade, na qual Menezes destaca que a Zona Franca de Manaus não se comunica como deveria com o restante do país. O novo chefe da Suframa pediu o auxílio da imprensa local, para apoiar a instituição na divulgação dos trabalhos realizados pela instituição. "Eu percebo que nós precisamos melhorar a comunicação com as outras unidades da Federação. Em 2017, a Zona Franca de Manaus gerou 700 mil empregos em todo o País, diretos e indiretos. Só no estado de São Paulo foram aproximadamente 250 mil. Alavancamos a economia nacional em torno de R$ 31 bilhões. Isso em decorrência dos insumos que o resto do país coloca aqui para os nossos produtos", explica.
Em relação ao modelo Zona Franca de Manaus, Menezes expõe que deve ser mantido, pois é exitoso no alcance social e retorno econômico. "A Suframa foi criada com dois vetores, defesa e desenvolvimento, que garantem a floresta intocada e a sobrevivência da população. Por isso dizemos que esse modelo tem um grande alcance econômico e social", defende.
Abaixo, elencamos, as quatro prioridades na gestão do Coronel Menezes:
- Autonomia para nomear a equipe - "Me foi colocado que eu teria autonomia para escolher os componentes da minha equipe. Pode ser que essa autonomia seja restrita", disse;
- Processo Produtivo Básico (PPB) - "A empresa que vem para a nossa região precisa aprovar o processo dos seus produtos e a lei determina o prazo máximo de 120 dias, mas na prática tem chegado a um ano. Sabemos que o ambiente que nós vivemos hoje, de completa inovação tecnológica, se nós gastarmos esse tempo todo, para aprovarmos um produto, quando aprovado ele já estará defasado. Pedimos um estudo para trazermos o PPB para a Suframa e é nisso que estamos trabalhando", enfatiza.
- Autonomia Financeira através do descontingenciamento de recursos da Suframa. "Até o ano de 2002, nós tínhamos convênio com diversos órgãos municipais e estaduais em toda área de abrangência, que permitiram construir o aeroporto de Lábrea, frigorífico de Parintins, pontes no estado do Acre, setor moveleiro em Rondônia, entre outras obras, foram construídas com recursos da Suframa e desde 2002 nós perdemos esses recursos", explica.
- Rearranjo do P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) - "Esse recurso é muito sensível para nós, pois as empresas que trabalham com a parte de eletrônicos e que gozam de benefícios da Lei de P&D, têm que desenvolver produtos que nós possamos utilizar aqui na verticalização da nossa cadeia produtiva. Queremos verificar como esses recursos estão sendo aplicados e para que fiquem aqui na nossa região".
No que tange às demandas empresariais, Coronel Menezes explica que o empresário quer uma pessoa séria, qualificada, íntegra e honesta no comando da Suframa, que possa atender às solicitações do empresariado. "O meu chefe direto, o ministro Carlos Alexandre da Costa (Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério Da Economia), em uma reunião com empresários, agradeceu-os pela presença e tempo disponibilizados e frisou que ele estava lá para servir e questionou-os sobre o que era necessário para melhorar o ambiente empresarial. Vamos chamar o empresário e perguntar, o que podemos fazer para auxiliar?", expõe.